segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

4. Terceiro dia: Salta até San Pedro de Atacama



Embora Salta seja uma cidade muito bonita, resolvemos deixar ela para a volta da nossa viagem ao Atacama. Daí só dormimos lá e no dia seguinte saímos em direção a San Pedro.


Decidimos ir para San Pedro de Atacama passando pelo Paso de Jama. Logo após Salta passamos por San Salvador de Jujuy e daí as coisas mudaram bastante. Neste terceiro dia começam as coisas mais legais:

1. Passamos por Purmamarca e vimos a montanha das sete cores


2. A vegetação mudou radicalmente e paramos para registrar os cactus gigantes (cardón). Na foto, o Julio, um dos botânicos da viagem. 


3. Começamos a subir a cordilheira e a rota proposta pelo GPS começa a parecer uma cobrinha. E a altitude só elevando:

4. Na vida real a coisa não foi muito diferente, e pegamos nosso primeiro "caracoles"(a estrada era tão íngreme e o ar rarefeito que nosso carro só conseguia fazer 45km/h, pisando fundo). E isso foi ótimo, porque as curvas e precipícios eram tantos que seria loucura andar mais rápido que isso. Espantoso foi encontrar povo de bicicleta indo para o Atacama e encarando essa subida.


5. Depois de um loooonnga subida, chegamos ao Paso de Jama. Os "Pasos" são os locais mais baixos por onde se pode atravessar uma cadeia de montanhas. Esse Paso estava só a 4.170m de altitude, o que significa que tudo ao redor estava mais alto...


6. Já no altiplano, encontramos nosso primeiro salar. Os salares são regiões mais baixas, que acumulam água de chuva (quando chove!!) e águas de degelo. Essas águas ao descer as montanhas carregam sais. Lá embaixo, o sol evapora a água e o sal fica acumulando. São quilômetros e mais quilômetros de uma crosta de sal que pode atingir 1 metro de espessura ou mais.







7. Depois disso, encontramos nossa primeira vicunha A vicunha é parente do camelo, chega até 1,30m e pesa 40kg. Sua pelagem é muito fina e macia e tem grande valor comercial e a espécie quase foi extinta por isso. Vive entre 3.000 e 4.600m e está presente no Peru, Bolívia, Argentina e Chile. Seu ambiente natural é a puna, uma estepe elevada, desprovida de árvores. A vicunha tem 3 outros parentes na região andina: o guanaco, a lhama e a alpaca. A vicunha e o guanaco são espécies silvestres e a lhama e a alpaca foram domesticadas pelos povos andinos.


8. A seguir, o primeiro perrengue: a gente sabia que teria que abastecer num lugarejo chamado Susques, mas quando chegamos lá, o único posto de gasolina da cidade estava sem ninguém por perto e o "posto de gasolina" era assim:


já pensou o tanque de combustível com gasolina de um lugar assim? Ficamos lá, meio perdidos, por uns 20 minutos até passar uma pessoa e nos dizer que tinha um outro posto, pouquinho melhor, uns 4km mais pra frente na estrada. Esse salvou nossa pele.

9. Mais adiante encontramos a aduana argentina, um pouco antes da fronteira com  o Chile. Dois dias depois que passamos por essa aduana, caiu neve ali. Isso em pleno janeiro. Mas não é para menos. A aduana fica a 4.100m acima do nível do mar:





10. Alto, né? Mas isso não era tudo. A partir daí fomos em direção da fronteira do Chile e ainda subimos. Nosso GPS continuava indicando que a gente estava subindo...


11. Já no final dessa etapa da viagem começamos a descida em direção a San Pedro de Atacama. São 42km de descida reta, onde se sai de 4.400m para 2.400m (foto abaixo). A inclinação é bem razoável e os freios acabam esquentando muito pelo esforço. Fomos aconselhados a descer usando freio motor e fizemos isso, mas a velocidade ficava sempre acima dos 100km/h nessa descida. E do nosso lado direito, o lindo vulcão Licancabur. Decididamente uma das montanhas mais fotogênicas que eu conheço.



Chegamos em San Pedro no final da tarde desse terceiro dia.




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